sexta-feira, 7 de outubro de 2011

O violão na passarela

Não era passarela de moda
era passarela da roda
da roda viva que pega
na hora cinza que leva.

Os carros passavam sem olhar
os pedestres sem ouvir
ao violão no alto da passarela,
ao cantador da serenata sem janela.

(Di)versifica a trova poeta-dor
dedilha acordes sonhador
na maromba robusta da roda
no meio-aço da vida que não é nossa!

Tudo isso para carros que não chocam
para gentes que não choram
nos s(c)em-sentidos das rotas,
furores da roda.

Sim, vai entreter alguém
vai sem ver ninguém
sem espiroquetar na roda
vai chamar a todos, esse poeta,
a desviar daquela seta.

Narre aqui também seu primeiro porre...